Uma horta dentro de casa com assinatura “Life in a Bag”
07-04-2014
Uma professora de Famalicão, cansada da instabilidade da profissão, abandonou a docência e passou a dedicar-se às "hortas dentro de casa", um conceito que já exporta para a Bélgica e que espreita outros mercados internacionais. Hoje visitada pelo presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, no âmbito do roteiro traçado para divulgar os exemplos de empreendedorismo do concelho, a "Life in a Bag" comercializa sacos, vasos e potes com tudo o que é necessário para cultivar, dentro de casa, ervas aromáticas, flores comestíveis e microvegetais biológicos.
"Estarmos a preparar um qualquer prato lá em casa e ir a um vaso buscar salsa ou uns coentros que nós próprios cultivámos, convenhamos que tem outro sabor", referiu Alexandra Silva. Tem 46 anos, é professora, mas foi "designer" durante 16, tendo depois dado aulas, de Educação Musical, durante sete.
Há um ano, cansada da "precariedade" e da "instabilidade" da profissão, deixou o ensino, passando a dedicar-se por inteiro, com a ajuda do marido, um engenheiro informático de 41 anos, às "hortas dentro de casa". A agricultura já era um "hobby" do casal, que foi descobrindo, à custa de muitas pesquisas e experiências, os segredos do cultivo "indoor". A partir de meados de 2013, tornou-se numa oportunidade de negócio, com a "Life in a Bag" a faturar, em seis meses, 20 mil euros, referentes a mil encomendas.
Os seus "kits" já estão à venda "online", em mais de 30 lojas um pouco por todo o país e ainda na Bélgica, que foi o primeiro país de exportação, mas o projeto também já "pisca o olho" à Holanda, França e Inglaterra. Dentro de cada embalagem, vai tudo o que é necessário para fazer cada cultivo, desde a argila, a terra, as sementes biológicas e o "livro de instruções". "A taxa de sucesso é garantida", disse Alexandra Silva.
Depois de plantados e regados todos os dias, os microvegetais ficam prontos a comer ao fim de 10 a 15 dias, quando aparecem as primeiras folhas dos rabanetes, agriões ou brócolos. A embalagem é reutilizável e as sementes dão para vários cultivos. Para já, toda a produção é feita dentro da moradia do casal, onde os vasos ornamentais, em vez das tradicionais flores, apresentam preferencialmente salsa, pés de feijão e outras ervas e vegetais. "Os nossos "kits" também são muito procurados para prendas", disse ainda Alexandra Silva, exemplificando com o "boom" de procura registado no último natal.
O presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, destacou o projeto por ser "amigo do ambiente e da economia doméstica" e pela sua "capacidade exportadora". Para o autarca, este é um exemplo "notável" de empreendedorismo, que mostra que mesmo no simples contexto de uma habitação é possível produzir e encontrar uma oportunidade de negócio.
Fonte:
VCP // JGJ
Lusa/fim