Tecnologia de ponta para fabrico de meias desenvolvida em Famalicão
22-02-2016
Vila Nova de Famalicão é referência mundial no fabrico de máquinas para produção de meias, um segmento fundamental no sector têxtil e do vestuário, que tem neste concelho a grande força do seu desenvolvimento.
A protagonista é a FDS. Única no país a fabricar máquinas que produzem meias, a empresa de Calendário – que hoje Paulo Cunha visitou no contexto do roteiro Famalicão Made IN – liderou a “revolução” que acabaria por transformar este mercado, fazendo desaparecer máquinas obsoletas e surgir equipamentos tecnologicamente avançados.
Autênticas obras de tecnologia e engenharia que permitem produzir em 24 horas até 90 dúzias de meias com alto valor acrescentado e que valem à empresa o merecido reconhecimento mundial.
Na ITMA, a maior feira mundial de máquinas inovadoras para a indústria têxtil e do vestuário, que decorreu em Milão, em novembro, a FDS brilhou com uma solução que permite fechar a meia, sem costuras, ainda no cilindro da própria máquina. “Este sistema de fecho automático da biqueira, que evita que a meia seja transferida para fora da máquina para ser fechada, impressionou muito. Ao ponto de sermos apontados como uma referência mundial”, sublinhou Fernando Santos, administrador e fundador da empresa, durante a visita.
Fundada há 25 anos, a FDS destaca-se por apostar na diferenciação e na qualidade para corresponder às máximas exigências dos seus clientes, dentro e fora de portas. E, inevitavelmente, insiste no caminho da inovação. A empresa está a desenvolver a sua terceira máquina, que permitirá produzir meias com “elevada tecnicidade”. O lançamento está previsto para o próximo verão.
Com um volume de faturação que rondou os dois milhões de euros em 2015, a FDS vende para o exterior 30% do total da sua produção. Os principais mercados de destino são a Polónia, o Brasil e o Equador.
Em 2015 a empresa produziu 90 máquinas, mas o objetivo para 2016, que a FDS confia ser concretizável, é chegar às 110. Na verdade, Fernando Santos diz sentir-se “um pouco indignado com a concorrência desleal da China”. Mas não baixa os braços, pois responde com máquinas de última geração feitas exclusivamente dentro de portas, nas instalações da FDS, pela sua “equipa de ouro”. Ou seja, 24 colaboradores, a maioria dos quais jovens qualificados saídos do ensino profissional, a quem aquele responsável não poupa elogios.
Paulo Cunha enalteceu a “dinâmica empreendedora, a audácia e o arrojo” deste projeto empresarial. “A FDS é uma empresa única no país que muito orgulha os famalicenses e que reforça o estatuto do nosso concelho como único cluster têxtil em Portugal”, enfatizou.