Nortenha consolida Famalicão como capital do têxtil e vestuário
07-03-2016
Referência incontornável da confeção de vestuário, a Têxtil Nortenha consolida o município de Vila Nova de Famalicão como “capital do têxtil e do vestuário em Portugal”. Palavras de Paulo Cunha durante a visita que hoje realizou à empresa no contexto do roteiro Famalicão Made IN.
Ao fim de seis décadas de vida, a Nortenha decidiu-se por uma nova aposta e agora só trabalha para o mercado externo. Ao entrar no showroom da empresa famalicense basta um olhar mais atento sobre as etiquetas para concluir que aquelas peças de vestuário, para homem, mulher e criança, penduradas em cabides, não vão estar à venda numa loja qualquer. Serão, isso sim, produtos em destaque nas montras das mais glamorosas lojas de roupa da Europa e dos Estados Unidos.
Depois da reconversão, a Têxtil Nortenha – outrora um gigante do sector que chegou a empregar mais de mil pessoas e a faturar perto de 50 milhões de euros – conseguiu dar a volta à crise. Tem agora como principais e exigentes mercados de destino dos seus produtos a Inglaterra, Escandinávia, Alemanha e Estados Unidos. Emprega 100 pessoas e fechou o último exercício com uma faturação de 9,5 milhões de euros.
Esta estratégia de exportar tudo o que produz é, na opinião dos irmãos Inês e Paulo Branco, a segunda geração da família à frente da empresa, “segura e acertada”. “O nosso caminho é agora o da qualidade e não o da quantidade, com a produção de artigos mais específicos e de alto valor acrescentado”, enfatiza Paulo Branco.
A Nortenha acolhe nas suas imponentes instalações uma empresa independente que trabalha em exclusivo para si, quando cerca de 70% de toda a produção é subcontratada – um modelo de subcontratação dentro de portas, associado à estratégia de exportação total, que ambiciona ver replicado. “Temos todo o interesse em que outras empresas venham para cá trabalhar”, sublinhou o administrador.
Fundada em 1954, a Nortenha chegou a produzir vestuário de capulana para África, camisas e pijamas de flanela em quantidades industriais, na época da grande produção. Hoje desenvolve e concebe peças de vestuário de malha circular, para duas dezenas de clientes, com as encomendas a chegarem de marcas que ditam as grandes tendências da moda mundial, como a COS, a Marc Cain e a Acne Studios.
Para o Presidente da Câmara de Famalicão, a Têxtil Nortenha “é a imagem perfeita da capacidade de resiliência dos empresários do sector, que aproveitaram o saber acumulado ao longo de décadas de trabalho para reposicionarem os seus projetos industriais no mundo novo da globalização”.
Paulo Cunha destacou a longevidade da empresa e ainda o facto de se “relacionar e partilhar sinergias com outros parceiros, sendo um bom exemplo da atual economia em rede”.