Famalicenses vão saber como gastam luz em casa
30-11-2015
Em 2016 o concelho de Vila Nova de Famalicão vai ser pioneiro no lançamento de um projeto de eficiência energética. Os habitantes de nove freguesias vão poder usufruir de um contador inteligente de eletricidade que permitirá fazer a leitura imediata do consumo de vários equipamentos/eletrodomésticos, ajudando-os assim a reduzir os gastos ou a detetar avarias e anormalidades. O projeto tem a assinatura da CEVE – Cooperativa Elétrica do Vale d’Este cujo pioneirismo de hoje foi uma das principais marcas da sua génese.
Quando a eletrificação rural era um sonho, em 1930, um punhado de homens decidiu criar uma cooperativa com o objetivo de levar a luz elétrica para o campo em que viviam. Era o nascimento da Cooperativa Eléctrica do Vale Este que hoje, 85 anos depois da sua constituição, na freguesia do Louro, é a força motriz de um território do concelho de Vila Nova de Famalicão marcadamente rural que abrange nove freguesias e cerca de nove mil famílias.
Num sinal de reconhecimento do importante papel que a cooperativa desempenha no desenvolvimento económico e social da região, a Câmara Municipal renovou nesta segunda-feira, 30 de novembro, o contrato de distribuição de energia elétrica em baixa tensão com a CEVE, iniciado nesse longínquo ano de 1930, por um período de 20 anos. A assinatura formal ocorreu durante a visita de Paulo Cunha à instituição no âmbito do roteiro Famalicão Made IN. “Este momento simboliza a confiança da Câmara de Famalicão nesta instituição, cujo trabalho de excelência um autarca não pode ignorar, pois é um magnífico exemplo do que deve ser uma cooperativa elétrica”, assinalou o presidente da autarquia. “Este momento vai ficar registado nas boas memórias da cooperativa porque vai abrir um novo ciclo da sua história”, sublinhou, por seu lado, o presidente da direção, Luís Macedo.
A ambição vai marcar os próximos anos da já longa história da CEVE que, sublinhe-se, tem a sua rede de distribuição totalmente cadastrada através do recurso a tecnologias de georreferenciação. Em 2016 vão arrancar outros projetos que a cooperativa classifica como “arrojados e pioneiros”. É o caso do projeto-piloto de estímulo à mobilidade elétrica que vai incentivar as pessoas a utilizarem lambretas elétricas nas suas deslocações diárias e do projeto de produção de energias renováveis através do sol e da água.
De grande utilidade pública é também o projeto das ‘passadeiras seguras’ que teve início em 2014 e já abrangeu a maioria das passadeiras da área de influência da CEVE. “Consiste na instalação de um poste especial com leds que assinala a presença da passadeira e a ilumina em toda a sua extensão, minimizando o risco de atropelamentos”, explicou Luís Macedo. No próximo ano serão colocados mais quatro sistemas iguais a este noutras tantas passadeiras.
Paulo Cunha referiu-se à CEVE como uma empresa com marcas muito fortes nos domínios social, económico e ambiental. A responsabilidade social com o meio é apenas um exemplo a sublinhar vindo de uma empresa de referência e que presta um serviço com muita qualidade, reforçou.
Para além de distribuir energia elétrica a nove freguesias famalicenses (Arnoso Santa Eulália, Nine, Louro, Lemenhe, Mouquim, Jesufrei, Gondifelos, Cavalões e Outiz), a CEVE fornece ainda quatro freguesias do concelho vizinho de Barcelos (Viatodos, Minhotães, Silveiros e Monte Fralães). São 14 localidades, de 30 em todo o país, que ‘escaparam’ ao monopólio da EDP. “Uns verdadeiros gauleses no meio de romanos”, metaforizou o responsável da CEVE.